ENFERMAGEM

Protocolo atualizado em 20-Outubro-2020

Para Profissionais de Enfermagem

Enfermeiros

Orientações Gerais

O enfermeiro é responsável pelo planejamento, organização, direção, coordenação, execução e avaliação dos serviços de enfermagem na ILPI, garantindo que o melhor cuidado seja oferecido ao residente durante as 24 horas do dia.

Organização do serviço:

  • Elaborar escala de trabalho da equipe de enfermagem de modo que os profissionais fiquem bem distribuídos para assegurar o oferecimento do cuidado durante todo o tempo, sem que haja excesso de profissionais no período – dimensionamento mínimo de pessoal;
  • Realocar, se possível, os profissionais de enfermagem do grupo de risco, com a indicação de que os mesmos atuem em locais que não atendem pacientes suspeitos ou confirmados de COVID-19;
  • Realizar a notificação imediata dos casos suspeitos e confirmados à vigilância epidemiológica municipal, visando colaborar com as medidas de vigilância e controle epidemiológico;
  • Construir protocolos e fluxo de atendimento (incluídos os de óbito e preparo do corpo) e disponibilizá-los de forma acessível a todos os envolvidos na assistência a casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus;
  • Propiciar treinamento e educação permanente para a equipe de enfermagem, percebendo as suas necessidades e esclarecendo possíveis dúvidas. Neste momento de pandemia é conveniente que se realize treinamentos específicos relacionados à lavagem de mãos, uso de EPIs, etiqueta respiratória e biossegurança;
  • Estabelecer um fluxo de entrada para os colaboradores da instituição de modo que somente tenham contato com os idosos após se submeterem a banho ou completa troca de roupas (colocação de uniforme exclusivo da ILPI, incluindo calçados, retirada de relógios de pulso, anéis, entre outros adornos);
  • Revisar o fluxo do refeitório dos colaboradores fazendo, se possível, turnos para horários de refeições de forma a evitar aglomeração de pessoas;
  • Contribuir com o treinamento e a educação continuada de outros trabalhadores e voluntários da ILPI;
  • Prever e prover os materiais e equipamentos necessários para a prestação do cuidado de enfermagem, bem como os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para a equipe;
  • Participar das reuniões de equipe multidisciplinar e da equipe de enfermagem, com os devidos cuidados para a prevenção da infecção;
  • Promover espaços de diálogo com os funcionários, residentes e familiares, resguardadas as devidas precauções, sendo veículo de atualizações e informações confiáveis, ouvindo dúvidas e sugestões;
  • Suspender por tempo indeterminado as visitas, incentivando os familiares a ficar em casa e favorecer as comunicações por meio de tecnologia;
  • Restringir as saídas da ILPI, seja a passeio ou atendimentos externos;
  • Restringir a visita de profissionais que prestam serviços
    periódicos e voluntários, (cabeleireiros, podólogos, grupos religiosos, etc);
  • Instituir Time de Resposta Rápida para suporte e orientação mediante necessidade de orientação e atendimento de urgência;
  • Reorganizar a rotina de cuidado, a fim de manter os idosos em um distanciamento seguro, evitando aglomerações (por exemplo, horário das refeições, sala de TV, atividades em conjunto);
  • Realizar a notificação imediata dos casos suspeitos e confirmados ao serviço de saúde/sanitário local, visando colaborar com as medidas de vigilância e controle epidemiológico.

Cuidados:

  • Reorganizar a rotina de cuidado, a fim de manter os idosos em um distanciamento seguro, evitando aglomerações (por exemplo, horário das refeições, sala de TV, atividades em conjunto);
  • Planejar a assistência de enfermagem a ser prestada pela equipe nas 24 horas por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE;
  • Realizar a avaliação gerontológica do idoso reduzindo o exame físico ao estritamente necessário;  
  • Elaborar plano individual de assistência de enfermagem, observando programação estabelecida;
  • Receber os idosos e seus familiares, identificar as necessidades de enfermagem por meio de entrevistas, exame físico e observações sistematizadas;
  • Prestar assistência direta de enfermagem ao idoso, em particular aos mais fragilizados; 
  • Atualizar a situação vacinal para influenza e doença pneumocócica conforme indicação, para residentes e funcionários;
  • No caso das campanhas de vacinação, comunicar à Unidade Básica de Saúde de referência o número de residentes segundo sexo e idade, bem como de funcionários para agendar vacinação na instituição;
  • Cuidar da saúde mental dos idosos e funcionários. A comunicação pessoal afetuosa pode aliviar a ansiedade. Tente manter as rotinas e a vida normal, guardadas as precauções;
  • Manter canal de comunicação contínuo com os familiares sobre seus idosos.

Auxiliares e Técnicos de Enfermagem

Orientações Gerais

  • Verificar sinais vitais (temperatura axilar, pulso, respiração (TPR) e pressão arterial (PA) do residente uma vez ao dia ou conforme necessidade adotando todas as medidas de prevenção da infecção;
  • Atentar-se às alterações de sinais vitais, sinais e reações que podem ser alteradas em função da infecção por COVID-19;
  • Administrar os medicamentos, prestar cuidados de higiene, conforto e alimentação do residente atentando-se às medidas de prevenção da infecção;
  • Atender aos residentes em suas necessidades e solicitações, minimizando o toque ao estritamente necessário;
  • Zelar pela manutenção da limpeza e ordem em seu ambiente de trabalho;
  • Não permitir o compartilhamento de objetos de uso pessoal dos residentes e orientá-los a não fazê-lo;
  • Cuidar da saúde mental dos idosos, proporcionando uma comunicação pessoal afetuosa que pode aliviar a ansiedade. Tente manter as rotinas e a vida normal, guardadas as precauções;
  • Reportar ao enfermeiro alterações no estado geral do residente, seja ela de qualquer ordem;
  • Registrar no prontuário as observações e cuidados de enfermagem prestados.

Para toda a Equipe de Cuidados:

Orientações gerais

  • Reforçar os cuidados em relação a higiene das mãos, etiqueta respiratória e uso responsável e adequado dos EPI’s; 
  • Todos os profissionais devem ser orientados sobre no início do plantão, higienizar corretamente as mãos, utilizar o banheiro e hidratar-se antes de colocar EPIs;
  • Devem ser orientados também sobre forma de uso, remoção, descarte de EPIs e sobre a importância da higiene das mãos antes e após o seu uso;
  • Manter os idosos em distanciamento de no mínimo 1 metro, evitando aglomerações de pessoas;
  • Manter ventilação natural nos ambientes e diminuir o uso de condicionadores de ar ao estritamente necessário.

Uso de EPIs e medidas de proteção individual

O uso da máscara é recomendado?

  • As máscaras devem ser utilizadas para evitar a contaminação da boca e nariz do profissional e dos residentes por gotículas respiratórias durante todo o período em que estiver na instituição ou fora dela.

Tipos de Máscara

  • Máscara de tecido com dupla camada: Deve ser utilizada por até 4 horas, devendo ser trocada antes quando úmida.
  • Máscara cirúrgica em TNT PFF2: Deve ser utilizada por até 4 horas, devendo ser trocada antes quando úmida.
  • Máscara tipo N95: Deve ser utilizada por até 12 horas.

Quem deve usar máscaras?

  • Todos os residentes, podendo ser máscara de tecido se não houver suspeita ou confirmação de contaminação pelo COVID-19;
  • Profissionais de saúde e demais trabalhadores da instituição obrigatoriamente devem utilizar a máscara cirúrgica, e irrestritamente a N95 quando em contato com residentes suspeitos e confirmados ou realizarem/participarem de procedimentos que produzam aerossóis (intubação orotraqueal, ventilação não invasiva, traqueostomia,  ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual  antes da intubação e broncoscopia).

Uso correto da máscara

  • Colocar a máscara cuidadosamente para cobrir a boca e o nariz e amarrar com segurança, minimizando os espaços entre a face e a máscara;
  • Enquanto estiver em uso, evitar tocar na máscara;
  • Remover a máscara usando a técnica apropriada (ou seja, não tocar na frente e remover soltando as amarras); 
  • Caso a máscara fique úmida, substituir por uma nova, limpa e seca;
  • Descartar imediatamente a máscara após a remoção, não sendo permitido reutilizar máscaras descartáveis. 
  • Máscaras de tecido (por exemplo, algodão) poderão ser utilizadas pelos residentes que não estejam contaminados ou com suspeita de infecção pela COVID-19;
  • Após a remoção, ou sempre que tocar inadvertidamente na máscara usada, higienizar as mãos usando preparação alcoólica a 70% ou água e sabonete líquido;
  • Os trabalhadores das instituições, ao entrar ou sair da instituição deverão trocar a máscara.

Uso correto de luvas

Luvas de procedimentos devem ser utilizados sempre que o profissional for realizar algum procedimento ou quando houver contato com residentes suspeitos ou confirmados para COVID-19.

  • Utilizar luvas quando em risco de contato com sangue, líquidos corporais, secreções, excreções, mucosas e pele não intacta;
  • Higienizar as mãos antes de calçar as luvas;
  • Usar as luvas como uma medida de precaução de contato para todos os residentes suspeitos ou contaminados pelo novo coronavírus e seu ambiente;
  • Remover as luvas imediatamente após cada atendimento ou procedimentos;
  • Não manusear desnecessariamente as superfícies ambientais e materiais com as mãos enluvadas;
  • Não manusear itens de uso pessoal quando estiver com mãos enluvadas;
  • Descartar luvas em lixo infectante;
  • Nunca lavá-las ou descontaminá-las; 
  • Realizar higiene das mãos imediatamente após a remoção das luvas.

Caso haja casos suspeitos de Coronavírus

Precauções para o Profissional

  • Isolamento respiratório através do uso, pelo profissional, de máscara facial com filtro de proteção respiratória com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3 um (tipo N95); 
  • Uso de luvas, gorro, avental descartável e óculos de proteção ou face shield;
  • Realizar higienização das mãos respeitando os 5 momentos (1- antes do contato com o residente; 2- antes da realização do procedimento asséptico; 3- após risco de exposição a fluidos corporais; 4- após contato com o residente; 5- após contato com as áreas próximas ao residente);
  • Equipamentos para uso exclusivo do residente: estetoscópio, manguito, esfigmomanômetro, oxímetro e termômetro.

Medidas de Prevenção Populacional

  • Garantir quartos individuais, ventilados e com a porta fechada para os residentes com suspeita ou confirmação de infecção por COVID-19. Se isso não for possível, definir espaços reservados temporariamente para isolamento coletivo (em coorte) com leitos distantes pelo menos em um metro;
  • Preferencialmente, residentes suspeitos e confirmados devem ser mantidos em quartos diferentes, quando isolamento coletivo;
  • O isolamento dos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 deverá  ocorrer pelo período de 14 dias;
  • Residentes suspeitos ou confirmados para COVID-19, sem critérios de internação hospitalar ou aqueles que receberam alta hospitalar e foram orientados a retornar para o residencial, deverão permanecer em isolamento em quartos privativos com a porta fechada e sinalizada;
  • Proibido o transporte ou circulação de casos suspeitos ou confirmados nas áreas externas;
  • Acompanhantes deverão usar máscara, avental e luvas quando estiverem no quarto com o residente;
  • É proibida permanência de acompanhantes durante procedimentos que gerem aerossóis;
  • Recomenda-se que nutricionistas realizem sua avaliação por telefone, ou que sigam todas as precauções descritas anteriormente, profissionais de rouparia e copeiros não entrem no quarto, e alinhem a entrega da bandeja com as refeições com a equipe de enfermagem.

Caso Confirmado de Coronavírus

Orientações Gerais

  • Deverá haver a comunicação visual na porta do quarto com objetivo de alertar sobre o isolamento respiratório para gotículas e contato;
  • Deverão ser escalados profissionais específicos para trabalhar na área de isolamento, sendo preferencialmente, vetado o atendimento desta equipe a outros pacientes;
  • A circulação de colaboradores no quarto deve ser a menor possível, visando minimizar a exposição dos profissionais; 
  • Verificar sinais vitais (temperatura axilar, pulso, respiração (TPR) e pressão arterial (PA) do residente duas vez ao dia;
  •  Acompanhar a apresentação sintomatológica da doença, bem como monitorar presença de sinais de agravamento (rebaixamento do nível de consciência, confusão, apatia, febre, desconforto respiratório, inapetência).

Observações finais

  • Manter registro de todas as pessoas que entraram em contato com caso suspeito;
  • Portadores de doenças ou condições que reduzam a imunidade (câncer, radioterapia, quimioterapia, transplantados, pessoas com HIV e grávidas) não podem ser eleitos como acompanhantes de casos suspeitos ou confirmados, tampouco como profissional de saúde designado para o atendimento ao paciente;
  • Profissionais sintomáticos para infecção respiratória devem ser afastados imediatamente do trabalho.

Referências

  • São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Sanitária. Divisão de Infecção Hospitalar. Recomendações sobre o uso de luvas em serviços de saúde. São Paulo, 2016. Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/infeccao hospitalar/bmr/doc/ih16_bmr_uso_luvas.pdf
  • COREN-SP. OFÍCIO CIRCULAR Nº 001/2020/GAB/PRES/COREN-SP de 27 de Março de 2020. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/noticias/covid-19-coren-sp-publica-diretrizes-de-atuacao-voltadas-a-instituicoes-e-rts/
  • Passos KA, dos Santos MP, Campiolo EL. funcionários da saúde X covid-19 e o uso de máscaras em larga escala na prevenção da transmissão e infecção do SARS-COV-2.  Interam J Med Health 2020;3:e202003051
  • Taminato M, Mizusaki-Imoto A, Saconato H, Franco ES, Puga ME, Duarte ML, et al. Máscaras de tecido na contenção de gotículas respiratórias – revisão sistemática. Acta Paul Enferm. 2020: e APE20200103
  • Santana RF, Silva MB, Marcos DASR, Rosa CS, Wetzel Jr W, Delvalle R. Nursing recommendations for facing dissemination of COVID-19 in Brazilian Nursing Homes. Rev Bras Enferm. 2020;73(Suppl 2):e20200260. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0260

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